PAZ DE AUGSBURG EM 1555
Todo o território do Império Romano Germânico ingressou num período de guerras religiosas. A imposição da Reforma ou da permanência na Igreja católica passa a ser feita através das armas. O imperador Carlos V, não havendo mais possibilidade de um acordo com os protestantes, partiu para a guerra, para alcançar a unidade religiosa na Alemanha.
A primeira guerra explode em 1546. Mesmo que do ponto de vista militar tivesse alcançado sucesso, não havia mais acordo possível em matéria eclesiástica: aprovou o matrimônio dos padres e o cálice para os leigos. Era uma vitória católica, mas rejeitada pelos príncipes protestantes. E a guerra continuou.
A paz religiosa de Augsburg, em 1555, foi o ponto final. Aos príncipes do Império foram asseguradas as cidades livres imperiais e, aos nobres, o direito de impor em seus territórios a religião preferida (com exceção da calvinista). Todos deveriam acompanhar a fé do soberano territorial que ficou também com a posse de todos os mosteiros e igrejas. A quem não concordava ficou o direito de emigrar.
PAZ DE WESTFÁLIA EM 1648
A Paz de Augsburg não satisfez a ninguém, porém conseguiu congelar a divisão eclesiástica da Alemanha. O novo imperador, Ferdinando I (1556-1564), em Worms, tentou reunificar a fé no Império, mas os protestantes continuaram invadindo áreas de populações católicas.
Os imperadores seguintes não conseguiram impedir esse avanço. Mas, após o Concílio de Trento, a Igreja católica alemã passa por uma verdadeira reforma: pregadores católicos ganham campo e príncipes católicos também invadem áreas de outros para impor a sua fé.
Os espíritos se acirram e a Alemanha passou a ser o centro dos conflitos europeus. O imperador Matias (1612-1619), católico, mas sem tino diplomático, exigiu que fossem fechadas as igrejas protestantes em territórios monásticos. O mesmo fez o imperador Ferdinando II que publicou, em 1629, o Edito de Restituição, ordenando aos protestantes de restituir os bens de que se apossaram a partir de 1552.
Após trinta anos de luta, a trágica Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), saques, devastações e assassinatos levaram a Alemanha à ruína econômica e civil, perdendo territórios para a Suécia e a França. De 20 milhões passou a seis milhões de habitantes e a um grande aumento do latifúndio, percebendo-se que não haveria outro caminho do que a coexistência pacífica.
A Paz de Westfália foi assinada em 24 de outubro de 1648.
Ela concedeu:
• “igualdade de direitos a católicos, protestantes e calvinistas” (art. VII);
• “o príncipe não podia impor aos súditos sua própria religião” (art. V);
• “era permitido o culto doméstico aos dissidentes” (art. V)
PAZ RELIGIOSA NA FRANÇA E EM OUTROS PAÍSES
Situada entre a Alemanha e a Suíça, a França católica não ficou imune aos conflitos religiosos. Seu adversário foi o cristão calvinista, ali denominado huguenote (conjurado). Esta nova seita tinha uma maior penetra ção nas famílias nobres.
Mas, a reação não tardou e, a partir de março de 1562 explodiu a primeira das oito guerras huguenotes, que duraram de 1562 a 1598. De ambas as partes cometeram-se terríveis crueldades. Catarina de Médici, a rainha-mãe, temendo por sua autoridade, decidiu o massacre dos huguenotes, mais numerosos em Paris.
E assim, a partir de domingo, 24 de agosto de 1572, foram friamente assassinados de 4 a 5 mil protestantes. O episódio trágico passou à história com o nome de Noite de São Bartolomeu. O Edito de Nantes, assinado em 1598, concedia aos calvinistas liberdade de consciência, liberdade de culto em determinadas localidades e plenitude dos direitos civis e políticos.
• Na Polônia, nação católica, vigorava a tolerância religiosa. Era chamada de "paraíso dos hereges".
• Na Áustria, o imperador Maximiliano I concedeu aos nobres de seguirem sua religião em seus castelos, enquanto os camponeses eram obrigados a seguir a fé do patrão.
• A Inglaterra, em 1673, obrigou os que assumissem cargos públicos a fazerem um juramento contra o dogma da transubstanciação na eucaristia. Assim, os católicos eram discriminados.
A paz religiosa foi alcançada, não por convicção, mas por necessidade: as forças políticas e sociais estavam cansadas, a economia não resistiria mais.
Terminava assim, de modo trágico, a unidade religiosa européia construída ao longo de mais de um milênio.
Fonte: Jornal - "MISSÃO JOVEM"
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