A Paz entre as religiões constitui uma condição fundamental para a paz no mundo. De facto, analisando os conflitos e surtos de violência das últimas décadas, percebe-se a presença e o lugar da religião nos embates e conflitos contemporâneos
Assim, o diálogo inter-religioso constitui, neste século, um dos principais desafios para a humanidade.
O grande, difícil e arriscado diálogo inter-religioso consiste em indicar que a violência religiosa não faz parte da essência da religião, mas que constitui um desvio da relação do Homem com Deus, relação essa que não é violenta sob nenhum aspecto.
O objectivo primordial do diálogo do século XXI assenta na convocação de todos a favor da Paz, bem como a retoma do verdadeiro sentimento religioso, capaz de inspirar valores contra a violência.
O grande perigo que ronda o tempo actual é o da solidão e etnocentrismo. As comunidades humanas estão, cada vez mais, fechadas em si, glorificando os seus heróis e diabolizando os inimigos, esquecendo-se das relações inter-pessoais e a troca de conhecimento com o exterior do seu círculo. O diálogo pretende instaurar a solidariedade entre as várias comunidades, bem como a Paz e o bem-estar mútuo.
O diálogo verdadeiro é animado por liberdade total, não podendo ser movido por oportunismos. Não se pode exigir nada do outro, senão a disposição de ouvir, compreender e respeitar.
Uma das figuras mais marcantes na prática do diálogo inter-religioso foi o Papa João Paulo II, sendo também o primeiro papa católico a visitar uma sinagoga e uma mesquita.
8.1. Condições para a prática do diálogo inter-religioso
O diálogo inter-religioso pretende instaurar um relacionamento entre fiéis de tradições diferentes, envolvendo partilha de vida, experiência e conhecimento, que possa possibilitar um clima de abertura, empatia, acolhimento e enriquecimento mútuo.
Dialogar implica uma disposição de escuta do outro que interpela. O diálogo exige humildade, tolerância, abertura e respeito ao diferente. Não basta, porém, abrir-se à diversidade, mas igualmente assegurar a liberdade e a dignidade do outro.
O diálogo inter-religioso pressupõe convicção religiosa, exigindo aos interlocutores um empenho de honestidade e sinceridade, que envolve a integralidade da própria fé. Para ser autêntico, tem que existir reciprocidade. Neste sentido, e se tomarmos como exemplo um cristão, apesar da fé em Jesus Cristo, deve reconhecer-se que, os que não partilham dessa mesma fé, estão no seu direito de defender as suas convicções no diálogo que se estabelece.
Para que haja diálogo, é necessário que os interlocutores estejam dispostos, não apenas a aprender os valores positivos nas tradições dos outros, mas também disponíveis e abertos à verdade que os envolve e ultrapassa. É indispensável que esta busca da verdade ocorra sem restrições mentais, na medida em que pode ocorrer o confronto de verdades, não necessariamente contraditórias. É preciso que se compreenda que nenhuma religião é detentora de toda a verdade e, como tal, são desnecessários todos os fanatismos exagerados.
Fonte desta notícia:http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/pazmundial.htm#8
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